Há a crise dos combustíveis fósseis…
Há a crise dos cereais…
Há a crise da água potável…
Meus amigos, abra-mos os olhos, crise é a da FAUP!
Estamos na faculdade onde os alunos fazem cadeiras anuais sem terem assistido a uma única aula. É memorável e louvável, caramba, seremos mesmo assim tão inteligentes? Os professores andam intrigados com a miserável assiduidade dos seus alunos nas aulas teóricas. A resposta que mais prontamente recebem é a de não podermos dispensar tempo para assistir a essas aulas pois estamos ocupados com alguma entrega ou ponto de situação “ou coisa que o valha” nos momentos caóticos e atarefados que se avizinham. O engraçado é que, se nas alturas em que temos muito que fazer, a média de assistências nas aulas ronda os 12 alunos num total de cerca de 130, nos tempos mais relaxados onde nos sentimos menos pressionados, a média desce para uns míseros 6 alunos. Os professores nunca se viram noutra. E este fenómeno não melhora com o facto de, já em desespero, convidarem figuras de nome importante para virem falar no espaço da aula. Nem assim a coisa melhora. Outra razão que é apontada é a das aulas da manha de segunda, esta não carece de comentário que diabo, ainda mais giro é o desconforto que as cadeiras nos proporcionam, ao fim de uma hora ali sentadinhos começamos a ficar com uma ideia do que sofreu a heresia nos tempos da inquisição, certamente, o senhor Bernardo Gui gostaria de ter vivido para ver o poder “torturador” destas cadeiras. É ver as colegas (e sua maior elasticidade) com solas das sapatilhas no bordo da mesa corrida, os colegas com um calço entre os tendões dos joelhos e o bordo da mesa, enfim, imaginação para que te queremos… Assim sendo, bem se poderá dizer que as teóricas estão no corredor da morte…“Dead subject walking, dead subject walking…”
Faup, onde ás vezes não há alunos, e às vezes também não há professores...
Há professores que lá serão excelentes arquitectos e lá terão feito provas de aptidão pedagógica muito bem classificadas, o mistério é como foram parar à frente de uma turma desta tão nobre escola, é curioso, talvez a advocacia fosse uma hipótese mais acertada para alguns. Deixar vinte cabeças frescas nas mãos destes senhores pode ser perigoso.
Sistemas de avaliação! Isso, lá vêm arrepios para todos… Realmente, tentar quantificar um saber tão subjectivo só podia dar asneira. Quem é que sabe mais em arquitectura? Tenho aqui, no entanto, de agradecer aos senhores docentes por nos mostrarem os lados mais bonitos de algumas pessoas nossas colegas, passo a ironia, a seriedade, o altruísmo, o espírito de inter ajuda, a rectidão, o respeito, a humildade, etc… Pelos vistos, o pretensiosismo exacerbado é uma saudável mais valia hoje em dia por estas bandas.
Vamos falar de pontos de situação? Não! A sua estúpida inutilidade e estorvo que causa no decorrer do nosso projecto falam por si. Parece que visualizo o momento em que a criatura criou o ponto de situação, “ora e agora de que é que eu me posso lembrar para atrapalhar ainda mais o desenvolvimento do projecto dos meus alunos, ah já sei, e se for o Ponto de Situação? Pimbas! Em cheio, resultou.
Vamos falar de CAD? Não! Este artista também fala por si. É a selva, a lei do "faz por ti", a sobrevivência, Darwin no seu melhor, tens fundo para cursos CAD extra faculdade? Muito bem, se não, arranja-te ou faz à mão. Mais um patético primor a fazer valer a lei do mais forte...
A nossa faculdade anda a rebentar pelas costuras! Muita coisa funciona mal, e lá vai o pobre do senhor arquitecto responsável levar com as culpas, pimba! Mas é logo defendido pelos que dizem que a faculdade foi pensada para albergar 400 alunos e não os muito mais do momento presente. Decerto as propinas dos demais alunos terão qualquer coisa a ver com esta enchente…
Vamos falar das condições de uso do parque de estacionamento? Não! Este fala bem por si.
FAUP, a faculdade onde quanto melhor passares a tinta, melhor arquitecto serás. De facto faz sentido, quanto maior for o rigor com que fizer cantos com tinta da china, maior será o brio com que o faço e logo, melhor arquitecto serei, enfim… passando à frente esta infelicidade do corpo docente abordaremos o ridículo tempo lectivo...
32 horas de carga lectiva semanais? Estamos a tentar recordes? Para quê esta brutalidade se depois andam a inventar disciplinas soltas e vazias de conteúdo para preencher calendário?
Vamos falar do 2º ano ocupar o Carlos Ramos? Não! Este também fala por si.
O controlo da porta entre as 20:00 e as 08:00 dos úteis e nas 24 dos fins-de-semana anda certamente a rondar o absurdo, mas realmente para se sustentar o delicioso conceito de “escola aberta” há que de fazer certos sacrifícios”.
Como se pode deixar que haja tanta disparidade na estrutura e conteúdo do ensino dos professores, no âmbito de uma mesma cadeira? Bolas, e logo na Faup, mais vermelhinha que esta só Belas Artes, por onde anda a igualdade? Bom, o que é certo é que não se passa uma conversa de circunstância qualquer sem se ouvir de um dos intervenientes “o teu prof deixa-te fazer isto?”, “deixa, mas tu se tivesses o meu prof, tavas reprovado”, “pois sim, se tu tivesses o meu prof já tinhas ficado sem implantação há muito”. E se os professores leccionassem de forma parecida e não se contradissessem? Poderia ser bastante mais proveitoso...
Seria giro também e então, que, numa alínea anexa ao diploma de licenciatura Faup, se pudesse ler: “comprovamos que este senhor possui o grau académico de licenciatura em arquitectura pela Faup sob os ensinamentos do senhor doutor fulano de tal, (…) e a senhora professora X”, informação esta, que viria a ser bastante útil no decorrer de entrevistas, apreciações de clientes, etc…
Há a crise dos cereais…
Há a crise da água potável…
Meus amigos, abra-mos os olhos, crise é a da FAUP!
Estamos na faculdade onde os alunos fazem cadeiras anuais sem terem assistido a uma única aula. É memorável e louvável, caramba, seremos mesmo assim tão inteligentes? Os professores andam intrigados com a miserável assiduidade dos seus alunos nas aulas teóricas. A resposta que mais prontamente recebem é a de não podermos dispensar tempo para assistir a essas aulas pois estamos ocupados com alguma entrega ou ponto de situação “ou coisa que o valha” nos momentos caóticos e atarefados que se avizinham. O engraçado é que, se nas alturas em que temos muito que fazer, a média de assistências nas aulas ronda os 12 alunos num total de cerca de 130, nos tempos mais relaxados onde nos sentimos menos pressionados, a média desce para uns míseros 6 alunos. Os professores nunca se viram noutra. E este fenómeno não melhora com o facto de, já em desespero, convidarem figuras de nome importante para virem falar no espaço da aula. Nem assim a coisa melhora. Outra razão que é apontada é a das aulas da manha de segunda, esta não carece de comentário que diabo, ainda mais giro é o desconforto que as cadeiras nos proporcionam, ao fim de uma hora ali sentadinhos começamos a ficar com uma ideia do que sofreu a heresia nos tempos da inquisição, certamente, o senhor Bernardo Gui gostaria de ter vivido para ver o poder “torturador” destas cadeiras. É ver as colegas (e sua maior elasticidade) com solas das sapatilhas no bordo da mesa corrida, os colegas com um calço entre os tendões dos joelhos e o bordo da mesa, enfim, imaginação para que te queremos… Assim sendo, bem se poderá dizer que as teóricas estão no corredor da morte…“Dead subject walking, dead subject walking…”
Faup, onde ás vezes não há alunos, e às vezes também não há professores...
Há professores que lá serão excelentes arquitectos e lá terão feito provas de aptidão pedagógica muito bem classificadas, o mistério é como foram parar à frente de uma turma desta tão nobre escola, é curioso, talvez a advocacia fosse uma hipótese mais acertada para alguns. Deixar vinte cabeças frescas nas mãos destes senhores pode ser perigoso.
Sistemas de avaliação! Isso, lá vêm arrepios para todos… Realmente, tentar quantificar um saber tão subjectivo só podia dar asneira. Quem é que sabe mais em arquitectura? Tenho aqui, no entanto, de agradecer aos senhores docentes por nos mostrarem os lados mais bonitos de algumas pessoas nossas colegas, passo a ironia, a seriedade, o altruísmo, o espírito de inter ajuda, a rectidão, o respeito, a humildade, etc… Pelos vistos, o pretensiosismo exacerbado é uma saudável mais valia hoje em dia por estas bandas.
Vamos falar de pontos de situação? Não! A sua estúpida inutilidade e estorvo que causa no decorrer do nosso projecto falam por si. Parece que visualizo o momento em que a criatura criou o ponto de situação, “ora e agora de que é que eu me posso lembrar para atrapalhar ainda mais o desenvolvimento do projecto dos meus alunos, ah já sei, e se for o Ponto de Situação? Pimbas! Em cheio, resultou.
Vamos falar de CAD? Não! Este artista também fala por si. É a selva, a lei do "faz por ti", a sobrevivência, Darwin no seu melhor, tens fundo para cursos CAD extra faculdade? Muito bem, se não, arranja-te ou faz à mão. Mais um patético primor a fazer valer a lei do mais forte...
A nossa faculdade anda a rebentar pelas costuras! Muita coisa funciona mal, e lá vai o pobre do senhor arquitecto responsável levar com as culpas, pimba! Mas é logo defendido pelos que dizem que a faculdade foi pensada para albergar 400 alunos e não os muito mais do momento presente. Decerto as propinas dos demais alunos terão qualquer coisa a ver com esta enchente…
Vamos falar das condições de uso do parque de estacionamento? Não! Este fala bem por si.
FAUP, a faculdade onde quanto melhor passares a tinta, melhor arquitecto serás. De facto faz sentido, quanto maior for o rigor com que fizer cantos com tinta da china, maior será o brio com que o faço e logo, melhor arquitecto serei, enfim… passando à frente esta infelicidade do corpo docente abordaremos o ridículo tempo lectivo...
32 horas de carga lectiva semanais? Estamos a tentar recordes? Para quê esta brutalidade se depois andam a inventar disciplinas soltas e vazias de conteúdo para preencher calendário?
Vamos falar do 2º ano ocupar o Carlos Ramos? Não! Este também fala por si.
O controlo da porta entre as 20:00 e as 08:00 dos úteis e nas 24 dos fins-de-semana anda certamente a rondar o absurdo, mas realmente para se sustentar o delicioso conceito de “escola aberta” há que de fazer certos sacrifícios”.
Como se pode deixar que haja tanta disparidade na estrutura e conteúdo do ensino dos professores, no âmbito de uma mesma cadeira? Bolas, e logo na Faup, mais vermelhinha que esta só Belas Artes, por onde anda a igualdade? Bom, o que é certo é que não se passa uma conversa de circunstância qualquer sem se ouvir de um dos intervenientes “o teu prof deixa-te fazer isto?”, “deixa, mas tu se tivesses o meu prof, tavas reprovado”, “pois sim, se tu tivesses o meu prof já tinhas ficado sem implantação há muito”. E se os professores leccionassem de forma parecida e não se contradissessem? Poderia ser bastante mais proveitoso...
Seria giro também e então, que, numa alínea anexa ao diploma de licenciatura Faup, se pudesse ler: “comprovamos que este senhor possui o grau académico de licenciatura em arquitectura pela Faup sob os ensinamentos do senhor doutor fulano de tal, (…) e a senhora professora X”, informação esta, que viria a ser bastante útil no decorrer de entrevistas, apreciações de clientes, etc…
Vamos falar das aulas de critica comparada no auditório? Não, pobre e infeliz ideia, mais inconsequênte não podia ser.
Temos ainda professores que devem ter um gosto miudinho em afirmar que são responsáveis pela disciplina com a maior taxa de abandono e reprovação de todo o curso, será sempre um motivo de orgulho para um professor.
Então mas os leitores devem estar a pensar, “mas que raio deste mafarrico que só diz mal, costuma-se dizer, quem está mal muda-se” pois bem, certamente, mas compreenderão que para falar da Esap, 5 Gb de texto só não chegavam e eu não tenho assim tanto tempo livre.
O D. Sebastião dos arquitectos que venha do nevoeiro e nos tire disto que o pobre do senhor mestre Carlos Ramos não deve parar de dar voltas na tumba.
Temos ainda professores que devem ter um gosto miudinho em afirmar que são responsáveis pela disciplina com a maior taxa de abandono e reprovação de todo o curso, será sempre um motivo de orgulho para um professor.
Então mas os leitores devem estar a pensar, “mas que raio deste mafarrico que só diz mal, costuma-se dizer, quem está mal muda-se” pois bem, certamente, mas compreenderão que para falar da Esap, 5 Gb de texto só não chegavam e eu não tenho assim tanto tempo livre.
O D. Sebastião dos arquitectos que venha do nevoeiro e nos tire disto que o pobre do senhor mestre Carlos Ramos não deve parar de dar voltas na tumba.
Sem comentários:
Enviar um comentário