Fresquinhas

Boa noite, a última semana faupina foi muito conturbada, neste jornal salientamos:
- novos focos do surto da epidemia do “afaga o cabelinho sharing”;
- onda de violência do corpo discente;
- “Aplotterlipse Now”, a saga continua…
- docentes mostram uma vez mais a integridade com que lideram a disciplina.
Passo ao desenvolvimento das peças já de seguida:
Desta vez, o “afaga o cabelinho sharing” atingiu proporções preocupantes atacando com uma violência tal que o índice de contaminados não encontra par na história da vida faupina. Este fenómeno peculiar acontece com mais clareza, como se sabe, nas vésperas dos exames das cadeiras teóricas. Pelos depoimentos das testemunhas que presenciaram os pequenos focos de aparecimento desta patologia, podemos concluir que houve “afagadelas” carinhosas e desinteressadas com ambas as mãos no cabelo dos estudantes que possuíam info vital para a execução do teste teórico; relataram-nos ainda que os carinhos foram levados a cabo por parte de pessoas com quem as vítimas nunca tinham falado antes. Os especialistas mostram-se cépticos com o nível de simpatia das pessoas que se faz mostrar nestas alturas, pois o nível de contradição que existe quando um predador e sua conotação maléfica se mostra deliciosamente simpático e prestável é elevadíssimo.
Vamos agora entrar em contacto com um repórter que presencia o fenómeno de perto: repórter, o que nos podes descrever do que vês? “Olha pivot, isto que aqui se está a passar é deveras interessante para qualquer virologista, estou aqui neste momento em frente a um aluno que está a trazer um queque de chocolate e um galão morninho a uma sua colega que… exactamente, exactamente, possui em cima da mesa uns apontamentos raríssimos sobre a segunda pergunta que vai sair no teste, não consigo ouvir bem, mas o que me parece é que este aluno acabou de perguntar à colega se esta queria mais alguma coisa e ainda que mais tarde ou mais cedo a havia de levar ao cinema com o seu grupo um dia destes.
Os estudantes que residem na faculdade nos dez a quinze dias antecedentes a uma entrega encontraram uma nova forma de descarregar a tensão sob a qual são postos. Desta vez, num esforço para aliviar o stress que sentem nestes períodos, optaram por destruir um pouco mais a faculdade. O vidro de uma porta de entrada foi rachado e um lavatório de louça foi partido. Supostamente não é permitida a entrada de pessoal fora do quadro da faculdade, ainda assim, estes, são vistos no seu interior...
A reprografia da faculdade viveu a segunda-feira passada momentos totalmente caóticos. Ao que nos afiançaram, as plotters imprimiram 96 horas seguidas até gastarem um total de 23 km de papel, 250 litros de tinta e aquecendo o eixo dos carretos dos tinteiros a uma temperatura de 120º C. Os intervenientes desta batalha pela plotter mais baratinha de todas viram-se envolvidos numa escaramuça feroz, na qual foram desferidos golpes e outras manobras bélicas do mais alto teor de violência dando origem aos confrontos mais irascíveis nos quais toda a gente se atropelava e passava à frente. Mesmo nos dias que se seguiram ao de maior confusão, a actividade tumultuosa continuou. Algumas testemunhas descreveram o cheiro a queimado que se fazia sentir como nauseabundo e disseram também que alguns plásticos da carenagem dos aparelhos impressores derreteram. Os especialistas prevêem que dentro de três meses o material já terá sido substituído e as paredes repintadas.

Acabamos de receber novas informações sobre a data limite de entrega dos trabalhos práticos da disciplina mestra, ao que parece, os responsáveis pela cadeira alargaram o prazo para meados de Agosto do presente ano pois alegam poder haver um ou outro aluno que ainda não tenha a sua entrega pronta. Pelo que pudemos averiguar, os professores estão preocupados com o transtorno que a entrega possa causar à vida de um estudante, assim, para que os alunos consigam conceber a sua entrega pausadamente e de forma perfeita, sem terem também de negar um ou dois dias de praia relaxados, decidiram que seria moralmente louvável aceitar trabalhos em Agosto. Confirmaram-nos ainda que o factor “brio com que são feitas as maquetes e os desenhos” (brio esse que é proporcional ao tempo que um aluno dispõe para a execução dos elementos de entrega pedidos) não tem qualquer peso na avaliação. Mais nos diz um analista especialista em professores da faup, o qual da entrevista realizada ontem retiramos este excerto: “…quanto a mim trata-se de uma estratégia engenhosa que os docentes criaram para tentarem simular a vida do arquitecto no mundo fora faculdade, desta forma poderão desenvolver os valores da seriedade e responsabilidade na formação do aluno pois como é de conhecimento geral, lá fora não há um único prazo de entrega que não seja violado...”
Boa noite, foi tudo desta distinta plataforma de comunicação...

1 comentário:

Unknown disse...

noticia de ultima hora: o prazo foi novamente adiado, até... setmbro de 2011! qualquer aluno podera, até ao final do curso, vir a entregar mais uma folhinha com o objectivo de enriquecer a sua entrega.

ernesto cardoso, faupTV.