É assim a FAUP.
(Antes de começar, a administração, sob a forma da autora Inoi Truão, tem a lembrar ao senhor Álvaro Taveira que usa o seu nome com orgulho, e o dele tem muito mais por onde pegar. Por isso, é melhor que não toque mais no assunto.)
ACTA Nº1
Estávamos nós imersos na azáfama da semana pré-entrega de Projecto, essa disciplina que estrutura e rege a FAUP, quando a professora faz uma pergunta aparentemente inocente: "Quem tem internet?"
De que se tratava? Oh horror dos horrores, era a necessidade de dar a conhecer aos alunos um desses primores da arquitectura alfacinha, para os fazer constatar os seus próprios erros. Pois com os maus exemplos também se aprende...
Estoril Sol Residence, de Gonçalo Byrne
Não, o melhor mesmo é não me alongar sobre o assunto. E deixá-lo morrer em paz... Pode ser que um dia se esvaia das nossas memórias. Mas para que tal aconteça de facto, deixo-vos este cartaz absolutamente inocente, cortesia dos professores, que decerto vos transmitirá uma impressão inócua do projecto.
ACTA Nº2
É agressivo, mas a verdade é que escrevi isto logo após o acontecimento, quando os ânimos ainda não se tinham acalmado. Fui lá por pura diversão, admito, mas saí algo indignada com a futilidade daquilo tudo. Mantenho o texto original a título de memória, censurado porém após breves conselhos do compasso moralista. Eu sei que consigo ser má.
Em directo do auditório Fernando Távora, no dia 28 de Novembro de 2007, dá-se o debate renhido e conturbado entre as listas A e B, em luta pela supremacia sobre a Associação de Estudantes da FAUP. Este debate, por muitos rebaptizado de “A Peixeirada”, apresenta os desconhecidos da lista A na mesa nº1 (posso ser relativamente imparcial, mas não deixo de ser do terceiro ano e poucos são os colegas de outros anos que conheço), e a lista B na mesa nº2, constituída por Jorge Hall e apóstolos. Ricardo, o mediador – coitado, – procede ao início do debate com a ajuda do seu telemóvel, afirmando ser este um momento histórico, a primeira vez que tal se realiza entre duas listas. Veio a entender-se porquê.
A campanha foi a parte em que ambas as listas fizeram um regresso à infância. Vamos todos pegar uns com os outros! Vamos todos fazer queixinha! “Presidente para 6 meses?” - “Presidente com 6 anos da FAUP?”; Relatório de contas! – “O vosso tesoureiro votou a favor do relatório de contas!”; etc. Devo dizer que a lista B foi picuinhas e que a lista A foi patética nesta situação toda. Talvez o melhor seja votar toda a situação ao esquecimento...
Análise da peix... do debate
Comecemos pelas três melhores frases do dia, tal e qual foram proferidas (juro que é palavra por palavra, porque na política certas pessoas têm o hábito de dizer as enormidades e depois declarar que não foi nada disso e que percebemos tudo mal e que a audiência é uma chusma de mentirosos...).
Lista A : “Foram desenvolvidas conversas com o Alves Cos... com o professor Alves Costa”
Um erro compreensível; todos os arquitectos ou aspirantes a arquitectos têm tendência a tratar outros arquitectos pelo nome.
Lista B: “Não é só dizer que é para todos, que a porta está aberta... É preciso ir atrás das pessoas.”
Stalker!
Lista A novamente: “Eu só estou a concorrer porque tive, à partida, o apoio de 50 pessoas que querem que eu concorra”.
Eu até compreendo que ele estivesse sobre pressão – afinal, não é fácil de justificar porque é que concorre a presidente uma pessoa que vai de Erasmus daqui a uns meses – mas parece-me que não foi a coisa mais inteligente de se dizer...
E qual o balanço da situação? Em primeiro lugar, vejamos a lista A – uma rapariga algo nervosa mas argumentativa (a única pessoa em ambas as mesas com um bocadinho mais de vida), um tipo com ar cínico e um calado. Não vale a pena dizer que a lista A não é a actual AE, tema recorrente durante o debate. A lista A é a AE. Ponto final. O único problema é que não é políticamente correcto dizer isto, mas eu nunca gostei do politicamente correcto, por isso para meu grande prazer volto a afirmar.. a lista A é a AE! Porque toda a gente sabe, perante uma vitória, quem mexeria os cordelinhos lá dentro.
Enfim, agora veja-se a lista B. O nosso estimado colega de dois metros e qualquer coisa, e mais dois calados. Teria sido bom que tivessem defendido a sua causa, que tivessem falado com alguma paixão, já que por vezes davam a entender que tudo aquilo lhes passava um bocado ao lado. No entanto, fizeram as melhores fintas do campeonato. Oh sim, nunca vi ninguém tão persistente a esquivar-se às perguntas da oposição. Faz-nos perguntar se não estariam a tentar inventar umas coisas no momento...
A audiência destacou-se também, em várias frentes. Havia a claque de lista A, a claque da lista B, os genuinamente curiosos e indignados com toda a situação, e aqueles que foram para dar umas boas gargalhadas, como eu (venham as pipocas). A claque da lista A era agressiva, pomposa, a meu ver constituída por demasiados alunos do primeiro ano. O seu passatempo favorito era mandar bocas que sabiam que iam cair mal, porque 'somos tão importantes, olhem para nós, estamos a participar num debate com os outros anos todos e temos o poder de vos chatear!' Fantástico. Meus meninos, aprendam que só os idiotas é que fazem as figuras de urso que vocês fizeram.
A claque da lista B era igualmente violenta, e se bem que mais amadurecida mostrava uma equivalente falta de tacto. Certas pessoas têm de perceber que uma postura agressiva é suficiente para as fazer perder um argumento e toda a razão. Certas pessoas também deviam perceber que não vale a pena estar sempre a bater na mesma tecla, porque os visados já provaram que conseguem dar resposta a esse argumento e os restantes simplesmente já. não. querem. saber.
E finalmente, temos a Associação de Estudantes que está prestes a perder a posse, e também esteve lá representada. [censurado] Nunca vi tamanha falta de civismo e educação junta. Não me vou alongar sobre este assunto para não dizer algo de que me arrependa, mas tenho a certeza de que todos os presentes sabem a que eu me refiro. Uma única excepção sob a forma do mediador Ricardo, que embora por essa altura já estivesse a desesperar (a audiência neutra simpatizou com o seu dilema), foi provavelmente a única razão pela qual a situação não degenerou para lá das agressões verbais. Comportou-se à altura, demonstrando competência e uma paciência de Cristo.
Era objectivo do debate discutir as intenções e estratégias de cada lista. Era suposto ambas terem tentado convencer-nos de que eram as melhores. Em vez disso, o debate degenerou num chorrilho de insultos, acusações e lavagem de roupa suja, deixando à audiência a tarefa de decidir quais eram os maus e quais os piores, segundo a opinião pública.
P.S.: neste momento, este texto provoca-me um certo divertimento. Temos políticos, pessoal!
P.S.S.: confesso que andei na altura a roubar cartazes da campanha, para escrever este post.
P.S.S.S.: relativamente à minha recente colaboração com a actual AE - a ideia dos gorros de Natal nas torres não foi minha.
ACTA Nº3
Protozoários. Decidi que vou dissertar sobre este tema num futuro próximo, quando tiver paciência. Posso apenas revelar que foi o tema estruturante do meu trabalho de espaços.
1 comentário:
Demorou...mas valeu a pena...XD
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