Caros leitores, faz hoje 3 anos e um dia que o "faupino" foi escrito naquela aula de Teoria Geral. Publicado no então blog, "ankaramaster" de seu lema "sanity is overrated", transcrevo agora aqui, em tom celebrativo, o post integralmente:
"Ahhh, uma contribuição para o meu blog. Finalmente! Consta-me que isto foi escrito numa aula de TGOE (típico) e, segundo o próprio poeta, "tem umas composições mesmo à EU que pouca gente gosta". Mas a verdade é que se trata de um resumo bem conseguido do nosso calvário... O aluno do 1º ano da FAUP, conta já com uma carreira de desgostos, nomeadamente o não ter conseguido entrar em Guimarães, sua primeira opção.
“O Faupino”
Viva a Arquitectura!
Marquei a minha sentença
Ela não é a minha cura
Ela é a minha doença.
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Não acerto na baliza
Acho que tou com azar
Só sei que como Siza
Do pequeno almoço ao jantar.
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Rica vida, esta é
Com pontos de situação
Do edifício ao bidé
Há que achar a perfeição.
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O que andamos cá a fazer?
Isto ainda são seis anos
Já não sei o que é prazer
Nem sequer se passamos.
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Nesta grande faculdade
O ensino é regrado
Trabalho e sensibilidade
Querem-no consumado.
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Só pinto, só risco
Só vejo, só meço
Ora bolas pra isto
Passo a vida a fazer processo.
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Não tenho tempo pra nada
E este curso é bem caro
Esquisso ou aguada
Quase não durmo, quase não paro.
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Pelo meio de fotos e rectas
Andamos sempre preocupados
Às vezes apanhamos secas,
Ai! Somos uns grandes quilhados.
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De horário carregado
Deambulamos pelo Porto
Com um cansaço cravado
Ui! Que me dói o corpo.
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As férias quem as tinha?
Exames é salve-se quem puder
A matéria ninguém adivinha?
Copiar é por onde se quiser.
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Temos as ricas propinas
Nos bancos em que sentamos
E a qualidade das cantinas
Bem a não encontramos.
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Com datas sempre a queimar
Somos dedicados e prestados,
São directas a fartar
E ainda saímos frustrados.
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Vive-se com poucos “Enas”,
Um pormenor que é pena
Mas são estas cenas
Que me fazem escrever este poema.
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À esferovite e à senhora da papelaria”
1 comentário:
Acho muito bem que se recorde esta data... As grandes odes, os clássicos intemporais, que se mantêm actuais apesar do decorrer dos anos, devem sempre ser condignamente celebrados!
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