crónica de uma morte anunciada.

tenho pena de fazer parte desta geração.
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ontem ouvi falar de uma geração que lutou por ser o que foi, que quis viver a arquitectura e que se bateu por ela. uma geração que foi arquitectura, que não tinha problemas em assumir que era assim e que queria que assim fosse. uma geração que fez escola, deixando-me triste por não ter feito parte dela.
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isto leva-me a pensar sobre o que nós (estudantes da faup) somos hoje.
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nada. comparados com aquela geração, somos menos do que uma sombra. mas isso não é mau.
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ser-se menos bom do que outros foram é compreensível.
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mau é não querer tentar ser pelo menos um pouco melhor do que somos neste momento.
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os da escola estão velhos, "mortos-vivos" como alguém disse, e não têm substitutos à altura. as gerações de ouro têm esse problema: acabam.
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e quando sabemos que algo que nos é querido vai acabar, resta-nos escrever uma crónica a essa morte anunciada. de todos os sentimentos que se poderiam sentir, prefiro o de alguém que sabe infinitamente mais que eu. "irritado não. apenas com saudade."
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não há maior homenagem do que sentir saudade antes de ver o que amamos partir.

1 comentário:

Anónimo disse...

o teu português ajuda a explicar algumas das coisas que dizes.. #care