quem trepa no coqueiro é o rei

O meu novo browser - Google Chrome - tem-me deixado bastante satisfeita. Apesar das (poucas) desvantagens face ao Firefox, é muito mais vantajoso em termos de utilização de memória, e assim consigo ter o Archicad, o Paint Shop Pro, o Word e o Powerpoint ligados ao mesmo tempo que navego por aí. O que, desde já, implica duas coisas.


1.

Muitos programas diferentes = trabalho. Grande parte do quarto ano tem protestado devido ao excesso de trabalho. Ora eu não fui à reunião de discussão deste mesmo assunto na sexta-feira passada (aproveitei o tempo para trabalhar), mas sou a primeira a concordar que há trabalho a mais. Qual é o estudante que gosta de ver no calendário um magote de testes, exames e entregas?

A concentração é tal que este magote se asssemelha a um grande borratão de tinta no meu calendário.

Afinal, não é como se o pessoal de outras faculdades tivesse exames e trabalhos para entregar, nem como se trabalhasse tanto como nós. Aliás, estou neste momento a olhar para o calendário de exames de um aluno da faculdade de engenharia da universidade do porto, que por sinal não fez mais do que uns testezitos ao longo do semestre e alguns trabalhos míseros. O calendário da primeira chamada desse mesmo aluno é o que se segue:

Análise Matemática 2: 16-06-2009
Planeamento do Território: 17-06-2009
Estatística: 23-06-2009
Resistência dos Materiais 2: 29-06-2009
Teoria das Estruturas 2: 02-07-2009
(Nota: a duração da maior parte dos exames é de três horas, e a segunda chamada dos mesmos começa a 13 de Julho.)

Quero com isto dizer que é suposto os conhecimentos dos alunos serem testados, em toda e qualquer parte. A carga de trabalho neste caso também não é pêra doce: uma pilha de calhamaços a meu ver intragáveis e milhentos exercícios para fazer, porque estes exames são sem consulta, sem perguntas dadas previamente e quase sem copianços. E este aluno, tal como outros amigos meus das faculdades de economia, de medicina, de letras e de desporto, diz-me que seria impensável os alunos tentarem boicotar um exame sem uma razão muito grave por trás.

O que se anda então a passar pelas nossas bandas? Não há datas completamente fixas para nenhum dos nossos trabalhos e testes. A maior parte dos alunos não sabe nem tenta descobrir qual a cotação atribuida aos mesmos na nota final durante grande parte do ano. A maior parte dos professores claramente não sabe o que os outros estão a fazer até aparecerem uns grandes cartazes afixados nas portas. Não existe uma época definida de aulas e outra de exames/entregas. As presenças nas aulas são largamente subvalorizadas, tanto por alunos como por professores. As entregas pesam no bolso dos alunos e há quem tenha de fazer um esforço para segurar a mesada. No ano passado, o terceiro ano passou meses sem substituição de CAD, para no fim se desenrascarem com um trabalhito que justificassem uma nota. A secretaria passou grande parte do início do ano sem saber a quantas andava, chegando ao ponto de recusar a admissão de alunos no seu recinto, e conheço quem tenha perdido alguns subsídios e bolsas à conta disto (ainda hoje, quando falo disto, há quem não acredite). O plano curricular tem falhas enormes - como é que uma cadeira como Antropologia do Espaço transita do primeiro ano para opção do quinto ano? Se se trata de uma disciplina que requer o entendimento mais amadurecido do quinto ano, e pode nem sequer interessar à maior parte, então o que é que ela estava a fazer no primeiro ano, que é um dos mais essenciais para a nossa formação? E como é que espetam algo como Sistemas Estruturais no quarto ano, quando a maior parte do alunos não tem física (físico-química) desde o 9º ano do básico e matemática desde o 12º ano do secundário (e alguns nem isso)? Sobretudo quando é evidente que um professor não pode (não é humanamente possível) ensinar-nos as bases juntamente com o resto da matéria num ano. Já para não falar de Erasmus, que foi o que se viu, com quezílias a rebentarem por todos os lados.

Chegámos ao ponto em que se vivem situações deste género: estão os alunos numa segunda feira de manhã a faltar às teóricas (urbanística tinha quatro alunos) e a trabalhar nas salas de projecto para a entrega de construção, porque são as salas do nosso ano (as outras estarão ocupadas com alunos de outros anos), e porque é um trabalho de grupo (é mais simples reunir o grupo na faculdade). E no meio do frenesim todo, aparecem os professores de projecto. Havia aulas de projecto, obviamente - quando se está a trabalhar afincadamente, perde-se um bocado a noção do tempo, - mas houve muito quem fosse apanhado de surpresa. Claro que não devíamos estar a trabalhar para contrução nas aulas de projecto. Claro que devíamos ter feito o trabalho com mais antecedência. Mas mesmo os alunos mais certinhos ainda não descobriram como ter um trabalho anual montado com grande antecedência. Até se pode ter o trabalho todo pronto antes, mas a montagem é aquela coisa que demora sempre mais do que estamos à espera - sobretudo se na semana anterior tiver havido entregas de mais dois trabalhos anuais.
Estamos portanto num impasse. E nisto um dos professores de projecto entra numa das salas, pergunta-nos se o trabalho é para outra cadeira, e diz-nos "Vocês já estão a abusar", antes de sair porta fora.

Na minha opinião (outras pessoas poderão ter teorias mais sólidas), temos perante nós uma situação de grande desorganização, desassossego e stress acumulado. De todas as partes envolvidas. O que conduz a medidas de desespero, tais como abaixos-assinados para anular dois dos testes devido a problemas que até deviam existir em primeiro lugar, só que com uma pele diferente: não deviam ser problemas. O que se pode fazer quanto a isto? A velha ladainha, muito acertada, de responsabilidade, trabalho e cumprimento do dever. O que se vai fazer quanto a isto? Não sei. Sou um excelente espécime da casa - relato os problemas, mas acho que a solução é difícil, pois não podemos mudar completamente quem somos. Mas estou aberta a sugestões.

E sim, participei no abaixo-assinado pela simples razão de que me dava jeito. Se vou faltar caso haja testes é que já não sei - a minha consciência moral já está suficientemente zangada comigo. Pergunto-me se outros sentirão o mesmo.


2.

Num tom mais leve, a questão de poder passar mais tempo com o browser aberto leva-me a deixar aqui os links para uns blogs que tenho andado a explorar e que, até agora, me parecem ser de muita boa qualidade. O primeiro é A Barriga do Arquitecto, made in Portugal, e talvez já o conheçam. Depois, temos o A Daily Dose of Architecture, uma construção fenomenal com actualizações quase diárias e de interesse, bem como links para tudo o que possam imaginar na nossa área. E finalmente, o World Architects, uma bilbioteca de aquitectos em construção que abriu recentemente uma página para os arquitectos portugueses (para a qual o link vos redireccionará). Espera-se um rápido crescimento deste último site.
(Edição posterior: acrescento à lista o blog Where. Depois digam-me o que acham.)



Chovam as críticas. Construtivas, por favor.

7 comentários:

Anónimo disse...

sinceramente acho que mais que um problema de qualidade, existe sobretudo um problema de quantidade. A quantidade exigida no trabalho de história é exagerada, de facto não é preciso saber taaanto sobre uma igreja numa terreola no alentejo. assim como os conhecimentos no teste de história são extremamente exagerados e assim como os critérios de correcção que tentam quantificar verdadeiras máquinas de história. acrescido a isto o caderno de viagens. só isto é história.

depois estruturas: idealmente existiriam dois trabalhos práticos de grupo e individual, a acontecer ao mesmo tempo. Que nao bastam para certificar-nos dos conhecimentos que temos, por isso exigem 2 testes com mais folhas q a biblia. construção mesma história. e eu nao consigo ler a biblia em 2 dias, peço desculpa.

Teoria trabalho prático, acrescido de 2 testes.

urbanimo - 2 trabalhos, mas pronto aqui nao nos podemos queixar, o homem passa toda a gente.

ah e já me esquecia de projecto, que entretanto tornou-se a disciplina menos importante: coisa inédita na faup.

a quantidade de trabalhos, a quantidade de elementos exigidos a cada um, assim como a quantidade de elementos associados aos testes, a juntar projecto que exige trabalho semanal, assim como mau planeamento e má adequação do calendário são a receita para o quarto ano ser um desastre total.

conclusão final: trabalho muito, conhecimentos poucos. porque muito não é sinónimo de eficiencia.

culpados: conselho directivo da faup, professores

verdadeiros culpados: alunos, onde eu me incluo que nao fui à reunião e não insultei os professores quando devia. desculpem.

Inoi Truão disse...

Há uma ideia muito interessante que passou: "trabalho muito, conhecimentos poucos. porque muito não é sinónimo de eficiencia." Há uns meses atrás, estava eu num atendimento de grupo de história e a professora perguntou-nos porque é que não estávamos a conseguir produzir o trabalho esperado (isto durante as entregas e testes do fim do primeiro semestre). Um dos meus colegas respondeu-lhe "professora, isto funciona por apertos. Agora temos o aperto de estruturas, depois o de construção, e só depois o de história." Ela perguntou-nos se não era possível trabalharmos para tudo ao mesmo tempo, porque afinal bolonha pressupõe quarenta horas de trabalho semanal. Tivemos de lhe explicar que naquela época andávamos a trabalhar muito mais do que isso.

Penso que perdemos muito tempo com coisas que não têm tanto interesse quanto deviam. É como um vírus a devorar memória ram do computador, memória que poderia ser utilizada para o trabalho que verdadeiramente nos interessa e que contribui mais para a nossa informação. Isto significa que as coisas saem atabalhoadas, muitas vezes superficiais. Acabamos por não aprender muito do que queremos, e por aprender um monte de coisas que não nos interessam para nada. É esta balança que devia ser melhor equilibrada.

Não concordo, no entanto, que tenhamos trabalho a mais, o problema é que grande parte dele é extremamente frustrante. Também não acho que tenhamos trabalho a menos, visto que há quem diga que nós passamos o ano inteiro a "vadiar" e só nos lembramos de trabalhar para as entregas. A questão aqui é que, como já disse, a montagem de um trabalho requer sempre um esforço acrescido, por muito trabalho que se tenha feito, caso contrário não se consegue o efeito de "todo mais que a soma das partes". Agora imagine-se que se trata de um trabalho anual de grupo. Com sete pessoas no grupo a trabalhar ao mesmo tempo. E outras entregas importantes dias antes e dias depois, testes e aulas a decorrerem ao mesmo tempo. O esforço de coordenação para se conseguir um trabalho decente é brutal. Quero dizer com isto que, quando nas outras faculdades existem trabalhos de igual calibre (normalmente os exames de fim de semestre) param-se as aulas e dá-se aos alunos uma "época de exames", que não é especialmente alargada - pois é suposto terem estudado ao longo do semestre, - mas que permite esse trabalho de finalização (do estudo, dos trabalhos, etc.)

Nós funcionamos mais numa base de "meet each disaster as it comes".


O que vou escrever a seguir é a minha visão pessoal do trabalho para cada cadeira deste ano. (num post diferente, que não cabe tudo no mesmo...)

Inoi Truão disse...

Projecto 4: a disciplina onde claramente falhei mais, devido à minha dificuldade em concentrar-me quando me estão constantemente a atirar outros trabalhos para a frente. Com a agravante de que, sendo estes trabalhos de grupo, tenho tendência a não querer deixar ficar mal os colegas que dependem de mim e a empurrar constantemente projecto para último. Muitos são os que se queixam do mesmo. De resto, penso que o programa da disciplina é interessante e essencial ao nosso curso.

História da Arquitectura Portuguesa: as aulas teóricas são interessantíssimas, mas o trabalho exigido parece falar de um braço de ferro entre história e projecto, a ver quem tem a maior importância - e estou aqui apenas a repetir o que toda a gente pensou o ano inteiro. Quando há alunos que decidem de antemão fazer HAP e Projecto 4 em anos separados, desistindo propositadamente a uma das cadeiras, algo está mal. Já para não falar que esta cadeira reflecte um dos piores, a meu ver, aspectos do curso - o facto de todo o material ter de ser adquirido pelos alunos, desde as pilhas de tudo e mais alguma coisa para as maquetas, às impressões (que este ano atingiram novos recordes), máquinas fotográficas logo no primeiro ano (houve um professor que nos disse, com todas as palavras, que não nos safávamos a TGOE sem uma máquina pessoal), computadores (ao contrário de faculdades como, por exemplo, a FEUP, onde há computadores dos bons e dos melhores em grande quantidade e com tudo o que os alunos precisam para trabalhar, os nosso são o que se vê e servem geralmente para o pessoal usar o messenger) e combustível. Sim, porque HAP parte do pressuposto que os alunos podem andar a viajar para todo o sítio e mais algum, com carro próprio ou partilhado, ou mesmo bilhetes de comboio. Alguém se está a esquecer de que, mesmo que cinco alunos se juntem para pagar a viagem, é mais uma despesa a somar às outras todas. Ou seja, mais uma vez uma universidade não é para quem quer, mas para quem pode. E como nota final, menciono o trabalho de grupo - passar um ano inteiro a estudar um local específico referente a uma época específica esmigalha o conceito de um estudo de história abrangente... (não, não acho que tenha aprendido muito com o trabalho)

Teoria 3: as pessoas que não são da FAUP perguntam-me "Teoria? Teoria de quê?", ao que eu encolho os ombros e respondo, para meu divertimento, "É só Teoria. E há aulas práticas de Teoria e aulas teóricas de Teoria. Mas se querem mesmo saber, tem qualquer coisa a ver com espaço público." O programa de teoria é o que o seu nome indica - muito vago, ao ponto de grande parte do pessoal não saber exactamente o que anda para lá a fazer. Até o trabalho prático foi deixado para as últimas por muitos grupos, devido a um grande desinteresse. E os testes, no seu formato, eram simplesmente desnecessários.

Construção 3: as aulas estavam em grande parte adaptadas a uma linguagem reconhecível e à nossa realidade, mas ainda estou para perceber porque nos mandam fazer cálculos que muitas vezes não se aproximam da realidade e partem de premissas erradas. Quero dizer, tabelas de renovações de ar por hora em que um dos espaços pede um valor de 15 renovações? Mas isto é o quê, um vendaval? Para não falar do espectáculo triste que foi ver muito boa gente com uma máquina de calcular na mão. Aos professores só digo isto: tenho alguns engenheiros em casa a rirem-se a bandeiras despregadas de nós (o que não é nada agradável para conversa de jantar e nas festas de anos da família). Já agora, tirei 2,5 em 3 no último teste, e tudo o que eu fiz com a informação que me foi dada foi passar dois dias a organizar e imprimir a confusão que estava no moodle, e a etiquetar aquilo tudo com post-it's. O estudo a sério que fiz veio de uns excelentes apontamentos de amigos da feup (num total de quatro páginas) e da resolução dos três exercícios mais recorrentes nos testes desde 1997, tendo todos os três saído nas diferentes versões do teste. O resto foi exercício de folheamento rápido.

(continua)

Inoi Truão disse...

Sistemas Estruturais: já mencionei o que pensava desta cadeira no post. Mais uma vez repito que não acho que a cadeira seja desnecessária, precisam é de nos dar as bases antes. E de a adaptar ao que realmente é importante no nosso curso, ou seja, menos teoria que poucos compreendem, mais aplicações práticas. Deixo esta situação para reflectirem.
Numa das primeiras aulas, o professor diz-nos o seguinte: "...para isto têm de aplicar a noção de integral. Não sei se ainda se lembram dos integrais, mas façam um esforço por se recordarem." Ora bem, mas o professor não tem a mínima noção do nível em que os alunos estão? Como é que ele pode dar a matéria adequadamente nestas condições? Que eu saiba, integrais ensinam-se no primeiro ano da faculdade - das faculdades que ensinam matemática e física. Não é o caso. Este assunto foi muito badalado no início do ano, de tal forma que eu pensava que pela altura do primeiro teste já toda a gente conheceria, pelo menos, o símbolo de integral. E nisto o colega que está sentado à minha frente no início do teste vira-se para mim, antes da entrega das folhas, e pergunta-me se eu sabia o que era o sinal parecido com uma clave que estava nos apontamentos... Da parte da minha família (nomeadamente da facção de engenharia civil) houve comentários ainda mais engraçados sobre nós e a qualidade de ensino, e volto a repetir, as próximas festas de família vão ser adornadas com piadas sobre arquitectos, sobretudo sobre o facto de parte da nossa matéria ser tão densa que tem factos teóricos que não interessam sequer à prática de engenharia, quanto mais à de arquitectura. E amigos meus que estudam engenharia civil foram os primeiros a dizer que, face à forma como a mesma matéria lhes foi dada a eles (e são precisos três anos, com as devidas bases, para eles cobrirem a maior parte do que estavam à espera que nós aprendêssemos em um ano), a nossa era mais ou menos, como hei-de dizer, incompreensível. (Nota: àqueles que me dizem "mas se gostas tanto do curso de engenharia, porque é que não te mudas para lá?" eu respondo: cresci rodeada de engenheiros e os meus melhores amigos e namorado estão na feup. O tema de conversa ao jantar em minha casa são geralmente os regulamentos disto ou daquilo, ou o que se passa nas obras de um edifício qualquer. E das histórias que ouço da feup e do tempo que passo lá, admiro o modo de funcionamento deles - têm toda a organização, recursos e rigor que nos faltam a nós. Porém, não trocava este curso por nada, e é por isso que escrevo estas críticas - para tentar despertar consciências para o que está mal, e talvez conseguir alguma mudança.)

Urbanística 2: tenho pena, a sério que tenho. São das aulas mais interessantes que já tive (atenção que isto reflecte um gosto pessoal pela área de que trata esta disciplina, e muitos poderão não concordar). Claro que, como toda a gente sabe, a cadeira com duas horas semanais é sempre a primeira a ser sacrificada, e então se a aula for segunda feira de manhã nem se fala. O professor lá vai pedindo uns trabalhos, e não são poucos os que entregam trabalhos feitos por alunos de outros anos (esquema que sempre foi usado e sempre se usará, suponho). Vai-se passando. Esta é uma cadeira que, ao contrário de outras, merecia um teste ou exame final.

Paro por aqui (doem-me os dedos). Por agora.

Anónimo disse...

Sim mas continuo a achar que é um problema de quantidade. Se a quantidade fosse menor, e os objectivos mais simples e adequados com as necessidades dos alunos e não com a dos professores, teriamos uma maior eficiencia a nivel de conteúdos. Mas as pessoas não pensam nesta relação, quantidade e qualidade...

E sim podes achar que deixamos tudo para a ultima, mas nesses ultimos dias trabalhamos o que poderia ser repartido por muitos mais dias. Sinceramente não acho que trabalhamos pouco, pelo contrário. Mas o problema aqui é mesmo este... o que interessa se trabalhamos muito ou pouco?? que é q isso quer dizer?? nada. nao julgas a qualidade de um arquitecto pela quantidade de directas..

mas antes o q aprendemos ou a qualidade do que fazemos?Para uma pessoa tirar bons resultados a todas as cadeiras, praticamente tem que levar uma vida de submissao em relação ao curso. os resultados não reflectem muitas vezes a qualidade de algo, mas sim o tempo dispendido a fazer algo.. a existencia de muitas coisas ao mesmo tempo tambem impossibilita a reflexao e a critica necessárias a um curso como este, duas coisas praticamente inexistentes na faup.. mas sinceramente eu acho q isto é um problema estrutural que ja vem desde o primeiro ano, que nao mudará tão cedo, a não ser que surjam novos alunos, menos submissso e mais interessantes.

Inoi Truão disse...

Ok, estou a perceber onde está a discrepância nas nossas opiniões. Eu não acho que tenhamos trabalho a mais porque normalmente já regulo o meu trabalho de maneira a apontar para uma nota média e a conseguir levar uma vida normal. Mas de facto tens razão. Uma pessoa que queira boas notas, das duas uma: ou tem uma cabeça excelente para a coisa e/ou uma metodologia quase perfeita, ou põe o trabalho acima de tudo e não faz mais nada. (Claro que isto também funciona assim em muitos outros lados.)

Quanto ao achar que deixamos tudo para a última, estava precisamente a dizer que não concordo que isso seja verdade...

"os resultados não reflectem muitas vezes a qualidade de algo, mas sim o tempo dispendido a fazer algo" - normalmente uma coisa puxa a outra, mas nem sempre. Pelo menos não tem grande peso o tempo que passamos a fazer as coisas na faup - o sistema de atendimentos é bastante flexível e deixa-nos gerir o nosso tempo. A propósito disto, recomendo o livro "Trabalhar é uma seca", de Cali Ressler e Jody Thompson, precisamente sobre a velha luta entre qualidade e tempo gasto no trabalho. =)

Anónimo disse...

o problema passa por este dossier: "quero é boas notas!"

é lógico que assim seja. o problema é que seja apenas isso. quantas pessoas gostam realmente de trabalhar neste curso?

"temos sempre tendência para gostar das coisas quando nos correm bem". e lá fora? quando não houver uma bitola de avaliações para nos subir a moral?

"e se tirar 11? sou burro, estúpido e mau arquitecto?"

alguém acredita que os alunos com as melhores notas serão os melhores arquitectos?

se sim, algo de muito errado se passa.

PS: anónimo, assina sff. é mais justo se soubermos tds com quem falamos.